A crescente prevalência da obesidade é considerada uma crise global
de saúde pública. A quantidade de indivíduos com excesso de peso já
superou à de pessoas subnutridas.² Estudos preveem que, se as taxas
continuarem dessa forma, até o ano de 2030, 86,3% dos adultos estarão
acima do peso e 51,1% estarão com obesidade.³
Entendendo por que ganhamos peso
A obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, pode estar associada
a diversas causas, com contribuições genéticas, questões biológicas e
ambientais (locais que não incentivam a adoção de um estilo de vida
saudável, por exemplo), fatores comportamentais (como sono
inadequado), socioculturais (escolaridade e renda etc.) e até
transtornos psiquiátricos (ansiedade, depressão entre outros).⁴ ⁻ ⁵
Um fator determinante no processo de ganho de peso é o desequilíbrio
entre as calorias ingeridas e o gasto energético do corpo. A obesidade
acontece quando acumulamos mais calorias do que gastamos ao longo do
tempo.⁶ ⁻ ⁷
Sendo assim, para perder peso, devemos reduzir as calorias ingeridas
e aumentar o gasto energético. Mas reequilibrar esta equação está
longe de ser a única solução a jornada em busca do peso saudável e
manutenção desse processo. Na verdade, como cada pessoa é única, para
definir a melhor conduta, é necessária uma conversa com um médico.
Por que manter o novo peso é tão difícil?
Muitas pessoas têm sucesso na jornada de perda de peso, mas falham em
controlar o novo peso e acabam recuperando o valor perdido. Existem
alguns fatores que colaboram para isso. Vamos ver três fatores que são
destacados pela comunidade médica.
Relação fome e saciedade
O excesso de peso é causado por um desequilíbrio no organismo,
inclusive dos hormônios que regulam a fome e a saciedade. Sendo assim,
mesmo após perder peso, uma pessoa pode sentir uma fome maior que a de
costume, justamente para compensar a perda de peso. O organismo, dessa
maneira, tenta recuperar o peso perdido.⁴
Variações no gasto energético
O gasto energético varia de acordo com nosso peso. A redução do peso
corporal leva a uma diminuição do gasto energético, inclusive quando a
pessoa está em repouso. Esse gasto é responsável por aproximadamente
60% do total de gasto energético do corpo humano. Após a perda de
peso, acredita-se que uma diminuição do gasto energético em repouso
pode levar ao seu ganho, sugerindo um ciclo que pode se tornar vicioso
de perda e ganho de peso.⁴
Queda na motivação
Além das questões físicas do nosso corpo, há desafios comportamentais
para a manutenção do peso também. Muitas pessoas podem desanimar
quando a motivação inicial diminui, já que o resultado esperado pode
demorar, e os benefícios da perda de peso podem não ser tão
perceptíveis a curto prazo.⁹
QUADRO RESUMO
O acompanhamento médico é fundamental
Além de mudar os hábitos em relação à alimentação e à atividade
física, ter um acompanhamento médico é fundamental. Ao avaliar o seu
caso, o médico contribui para o seu tratamento e pode, se necessário,
indicar o uso de medicamentos. Tudo para que você tenha sucesso no
processo de perda de peso e diminua o risco do reganho a longo prazo.
1. PubMed [Internet]. The challenge of keeping it off, a
descriptive systematic review of high-quality, follow-up studies of
obesity treatments - PubMed; [citado 3 dez 2024]. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31675146/
2. PubMed [Internet]. Global obesity: trends, risk factors and
policy implications - PubMed; [citado 3 dez 2024]. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23165161/.
3. PubMed [Internet]. Will all Americans become overweight or
obese? estimating the progression and cost of the US obesity epidemic
- PubMed; [citado 3 dez 2024]. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18719634/.