Sobrepeso também faz mal a saúde
Quando se fala em sobrepeso e obesidade, é comum confundir os conceitos e considerá-los sinônimos para a mesma situação.
A altura que você tem hoje não é a mesma que terá daqui a 20 anos. Essa pode ser uma revelação surpreendente, mas é uma realidade natural do envelhecimento. A questão não é se vamos perder altura, mas como podemos minimizar essa perda e manter nossa postura e saúde óssea ao longo dos anos.
Publicado em: 23 de Outubro

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Entender a relação entre altura, idade e peso pode ser a chave para prevenir problemas futuros e manter uma vida ativa e saudável em todas as fases da vida.
Não existe uma "altura certa" predeterminada para cada idade, mas sim padrões de crescimento na infância e adolescência, e padrões de perda de altura na vida adulta. Durante o crescimento, crianças e adolescentes seguem curvas de percentis que consideram genética, nutrição e saúde geral.
Na vida adulta, a altura se estabiliza por volta dos 18-20 anos e permanece relativamente constante até os 30-40 anos. A partir daí, começamos a perder altura gradualmente, cerca de 1cm por década inicialmente, acelerando para 2-3cm por década após os 60 anos.
Essa perda acontece principalmente devido à compressão dos discos vertebrais, que perdem água e elasticidade com o tempo. É como se nossa coluna fosse um acordeão que vai se comprimindo lentamente ao longo dos anos.
O acompanhamento médico regular pode identificar perdas anormais de altura, que podem indicar problemas como osteoporose ou outras condições que afetam a saúde óssea.
Embora não possamos parar completamente o processo natural de perda de altura, podemos retardá-lo significativamente através de estratégias específicas. O exercício é nossa principal ferramenta de defesa.
Atividades que fortalecem os músculos das costas e melhoram a postura são fundamentais. Pilates, yoga, natação e exercícios de fortalecimento muscular ajudam a manter a coluna alinhada e os músculos de sustentação fortes.
A nutrição também desempenha papel crucial. Cálcio, vitamina D, magnésio e proteínas são nutrientes essenciais para a saúde óssea. É como fornecer os "materiais de construção" que nossos ossos precisam para se manterem fortes.
Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool também protege nossa estrutura óssea. Essas substâncias interferem na absorção de nutrientes e na formação óssea, acelerando a perda de densidade e altura.
Sim, existe uma relação direta entre altura e peso que vai além do cálculo do IMC. Pessoas mais altas naturalmente têm mais massa corporal total, incluindo ossos, músculos e órgãos maiores.
Essa relação não é linear. Uma pessoa de 1,80m não precisa pesar exatamente o dobro de alguém com 1,60m para ter a mesma proporção corporal. O volume corporal aumenta de forma tridimensional com a altura.
Para calcular o IMC, usamos a altura ao quadrado justamente para ajustar essa relação não-linear. Isso ajuda a normalizar a comparação entre pessoas de diferentes estaturas, mas ainda tem limitações.
Pessoas mais altas podem ter maior facilidade para "esconder" pequenos excessos de peso, enquanto pessoas mais baixas podem parecer ter sobrepeso mesmo com pequenos ganhos. Por isso, consulte seu médico para uma avaliação personalizada.
A gordura abdominal é particularmente preocupante porque está associada a maior risco de diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Não existe uma fórmula mágica para "queimar" apenas gordura da barriga, mas estratégias específicas podem ajudar.
Exercícios cardiovasculares regulares são eficazes para reduzir gordura corporal geral, incluindo a abdominal. Caminhada, corrida, ciclismo e natação são excelentes opções que podem ser adaptadas a qualquer idade ou condição física.
Exercícios de fortalecimento do core (músculos do abdômen e das costas) ajudam a tonificar a região e melhorar a postura, criando uma aparência mais esbelta mesmo durante o processo de perda de peso.
A alimentação é fundamental. Reduzir açúcares refinados, alimentos ultraprocessados e controlar as porções pode fazer diferença significativa. Não se trata de dietas restritivas, mas de escolhas mais conscientes e sustentáveis.
O estresse crônico também contribui para o acúmulo de gordura abdominal através do cortisol. Técnicas de relaxamento, sono adequado e atividades prazerosas ajudam a controlar esse fator.
A idade traz mudanças hormonais que podem facilitar o acúmulo de gordura na região abdominal, especialmente em mulheres após a menopausa. Isso é natural, mas não inevitável. Com as estratégias certas, é possível manter um peso saudável em qualquer idade.
Lembre-se de que mudanças na composição corporal são normais com o envelhecimento. O objetivo não deve ser manter o corpo dos 20 anos, mas sim evitar a obesidade e seus riscos associados.
Calcular seu IMC é uma ferramenta útil para monitorar sua saúde. E entender que sobrepeso também faz mal à saúde pode motivar mudanças importantes no estilo de vida.
A altura que perdemos com a idade pode ser compensada pela dignidade e sabedoria que ganhamos. O importante é manter-se ativo, saudável e ereto, não apenas fisicamente, mas em todos os aspectos da vida.
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