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Alzheimer e obesidade: a conexão que você precisa conhecer

4 mín. de leitura

 

Imagine se eu te dissesse que o que você come hoje pode influenciar como seu cérebro funcionará daqui a 20 anos. Parece exagero? Pois saiba que a ciência tem descoberto conexões fascinantes entre o excesso de peso e o desenvolvimento de condições neurológicas, especialmente a doença de Alzheimer.

Publicado em: 30 de Setembro

Alzheimer e obesidade: a conexão que você precisa conhecer

 

Tópicos:

  • A obesidade pode causar Alzheimer?
  • É normal uma pessoa com Alzheimer comer muito?
  • Quais as principais causas do Alzheimer?
  • Quais são os primeiros sinais do Alzheimer?

 

Não estamos falando de uma relação simples de causa e efeito, mas de um emaranhado complexo de fatores que se entrelaçam ao longo dos anos. E entender essa conexão pode ser a chave para proteger não apenas seu corpo, mas também sua mente.

 

A obesidade pode causar Alzheimer?
 

A resposta não é um simples sim ou não. O que sabemos é que a obesidade, especialmente na meia-idade, aumenta significativamente o risco de desenvolver demência e Alzheimer mais tarde na vida. É como se o excesso de peso fosse um fator de risco silencioso, trabalhando nos bastidores por décadas.

Estudos mostram que pessoas com obesidade têm até 60% mais chances de desenvolver Alzheimer. Isso acontece porque o tecido adiposo em excesso não é apenas um "depósito" inerte de gordura. Ele produz substâncias inflamatórias que podem atravessar a barreira hematoencefálica e causar danos ao cérebro.

A inflamação crônica causada pela obesidade pode acelerar a formação das placas amiloides características do Alzheimer. É como se o cérebro ficasse constantemente "irritado", perdendo gradualmente sua capacidade de se proteger e se reparar.

 

É normal uma pessoa com Alzheimer comer muito?
 

Aqui temos um paradoxo interessante. Enquanto a obesidade pode aumentar o risco de Alzheimer, pessoas que já desenvolveram a doença frequentemente apresentam mudanças drásticas no apetite e no comportamento alimentar.

Alguns pacientes podem comer compulsivamente, perdendo a noção de saciedade. Outros podem esquecer que já comeram e repetir refeições. Há ainda aqueles que desenvolvem aversão à comida ou simplesmente esquecem de comer. O cérebro doente perde a capacidade de regular adequadamente a fome e a saciedade.

Essas mudanças acontecem porque o Alzheimer afeta áreas do cérebro responsáveis pelo controle do apetite e pela memória. É como se os "comandos" internos que regulam nossa alimentação ficassem embaralhados.

 

Quais as principais causas do Alzheimer?
 

O Alzheimer é uma doença multifatorial, ou seja, não tem uma causa única. A idade é o principal fator de risco não modificável, mas existem outros elementos que podemos influenciar através do nosso estilo de vida.

A genética desempenha um papel importante, mas não é destino. Ter histórico familiar aumenta o risco, mas não garante que você desenvolverá a doença. É como ter uma predisposição, não uma sentença.

Fatores cardiovasculares como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares também estão fortemente ligados ao Alzheimer. O que é ruim para o coração, geralmente é ruim para o cérebro. A obesidade conecta todos esses fatores, criando um ambiente propício para o desenvolvimento da doença.

O sedentarismo, a má alimentação, o tabagismo e o isolamento social também contribuem. É como se cada mau hábito fosse uma pequena pedra que, ao longo dos anos, constrói uma montanha de risco.

 

Quais são os primeiros sinais do Alzheimer?
 

Os primeiros sinais do Alzheimer são sutis e podem ser facilmente confundidos com o envelhecimento normal. A perda de memória recente é geralmente o primeiro sintoma, mas não qualquer esquecimento. É esquecer informações importantes repetidamente, como compromissos ou conversas recentes.

Dificuldades para resolver problemas cotidianos, como seguir uma receita familiar ou gerenciar as finanças, também são sinais precoces. A pessoa pode começar a se perder em lugares conhecidos ou ter dificuldade para encontrar palavras durante conversas.

Mudanças de humor e personalidade também podem aparecer cedo. Alguém que sempre foi sociável pode se tornar retraído, ou uma pessoa calma pode ficar irritadiça sem motivo aparente.

O importante é não ignorar esses sinais, especialmente se você tem fatores de risco como obesidade ou diabetes tipo 2. A detecção precoce pode fazer diferença no manejo da doença.

A boa notícia é que muitos fatores de risco para Alzheimer são modificáveis. Entender a relação entre obesidade, saúde mental e exercícios físicos pode ser o primeiro passo para proteger seu cérebro. Além disso, conhecer os efeitos da obesidade sobre a saúde e os benefícios da perda de peso pode motivar mudanças importantes no estilo de vida.

Cuidar do corpo é cuidar da mente. E nunca é tarde demais para começar a proteger seu futuro neurológico.


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