A obesidade é um fator de risco para vários tipos de câncer, especialmente o de fígado. Isso acontece porque o excesso de peso pode causar o acúmulo de gordura nas células, o que leva a uma condição chamada esteatose hepática¹. E, em um estado avançado da doença, pode-se chegar ao estágio conhecido como MASH⁶ (esteato-hepatite associada à disfunção metabólica).
Publicado em: 04 de Junho
Quando a pessoa tem inflamação crônica, pode ter danos às células do fígado ao longo do tempo, aumentando o risco de cicatrizes (fibrose), a probabilidade de virar uma cirrose e, eventualmente, câncer. Outro aspecto a considerar é que a obesidade está associada a alterações hormonais e metabólicas que também contribuem para o desenvolvimento de tumores.
Estudos no Brasil mostram que a gordura no fígado é muito comum entre pessoas com sobrepeso e afeta até 85% das pessoas com obesidade grave³. Isso torna o monitoramento e o controle do peso ainda mais importantes para a prevenção do câncer hepático.
Quando a gordura no fígado vira câncer?¹ ² ³ ⁴ ⁵
A esteatose hepática, em casos mais graves, pode evoluir ao ponto de causar um câncer. É um processo que segue algumas etapas, mas não necessariamente toda pessoa que tem câncer no fígado vai chegar ao ponto de ter câncer. Veja como a doença do fígado pode progredir no organismo:
Quanto tempo leva para eliminar a gordura do fígado?²
Pequenas mudanças na rotina podem fazer uma grande diferença e ajudar muito na melhora do quadro, mas não existe um tempo exato para isso acontecer. É importante fazer um acompanhamento médico sempre e adotar hábitos saudáveis, como se alimentar melhor e praticar atividade física.
Em muitos casos, com foco e consistência, é possível reverter a esteatose hepática.
Qual a relação entre diabetes e fígado gordo?⁵
A resistência à insulina, comum em quem tem diabetes, faz com que o corpo envie mais gordura para o fígado, por isso pessoas com diabetes têm mais chances de desenvolver esse novo problema, que, por sua vez, piora o controle da glicose. Ou seja, controlar o diabetes também ajuda a proteger o fígado.
Referências:
1. Sun B, Karin M. Obesity, inflammation and liver cancer. J Hepatol. 2012 Mar;56(3):704–713. PMID: 22120206; PMCID: PMC3889660.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC3889660/
2. Instituto Vencer o Câncer. Fator de risco para câncer e outras doenças, o acúmulo de gordura no fígado é bastante prevalente, mas tem soluções simples [Internet]. São Paulo: Instituto Vencer o Câncer; 2021 [citado 2025 mai 14]. Disponível em: https://vencerocancer.org.br/fator-de-risco-para-cancer-o-acumulo-de-gordura-no-figado-e-prevalente/
3. Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF). Qual o impacto que a obesidade pode ter na saúde do fígado? [Internet]. Lisboa: APEF; 2023 [citado 2025 mai 14]. Disponível em: https://apef.com.pt/qual-o-impacto-que-a-obesidade-pode-ter-na-saude-do-figado/
4. Gastro Oncologia. Gordura no fígado pode evoluir para o câncer [Internet]. São Paulo: Gastro Oncologia; 2021 out 6 [citado 2025 mai 14]. Disponível em: https://gastrooncologia.com.br/gordura-no-figado-pode-evoluir-para-o-cancer/
5. Fraga RS. Diabetes e fígado: saiba qual é a relação entre os dois [Internet]. Porto Alegre: Dra. Raquel Scherer de Fraga; 2022 jun [citado 2025 mai 14]. Disponível em: https://draraquel.com.br/2022/06/diabetes-e-figado/
6. Ghazanfar H, Javed N, Qasim A, et al. Metabolic dysfunction-associated steatohepatitis and progression to hepatocellular carcinoma: a literature review. Cancers (Basel). 2024 Mar 20;16(6):1214. doi: 10.3390/cancers16061214.
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