Sabe quando uma pessoa ataca a geladeira e come tudo o que vê pela frente, como se não houvesse amanhã? Isso pode ser sinal de uma compulsão alimentar. E quando acontece de maneira constante, pode sim, levar à obesidade. Ao mesmo tempo, o Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (conhecido como TCAP) é o mais recorrente em pessoas que já vivem com obesidade.¹
Publicado em: 04 de Julho
Faz algum tempo que a ciência estuda transtornos alimentares como o TCAP, tentando definir sinais e critérios para as causas e para diagnósticos mais certeiros. No entanto, assim como a obesidade, os transtornos alimentares podem surgir por diversos motivos, desde físicos até emocionais e não apenas em pessoas com sobrepeso.²
Sintomas da compulsão alimentar
Compulsão alimentar é um transtorno alimentar parecido com a bulimia nervosa. No entanto, mesmo que nos dois casos a pessoa coma exageradamente em pouco espaço de tempo, existem diferenças sutis entre os dois. Entenda melhor:¹
Transtorno de Compulsão Alimentar (TCOP): a pessoa come grandes quantidades em um período de até duas horas e sente como se tivesse perdido o controle sobre a própria saciedade;¹
Bulimia Nervosa: a pessoa tem os mesmos impulsos do TCOP, mas a compulsão alimentar é seguida por atitudes de compensação extrema, como forçar o vômito, adotar dietas malucas e inadequadas, fazer longos períodos de jejum ou até mesmo usar medicamentos perigosos e drogas como cocaína.¹
O que existe de comum entre esses dois transtornos alimentares é a impulsividade, aquela vontade incontrolável de comer alimentos com alto índice calórico, como doces e frituras, mesmo sabendo que isso prejudica a saúde. E, infelizmente, esse tipo de impulsividade é bem comum em quadros de obesidade.²
O que leva uma pessoa a desenvolver compulsão alimentar
Alguns estudos sugerem que traumas de infância podem gerar esses transtornos. Outros, pesquisam a relação com hereditariedade. Mas entre muitos fatores que podem levar ao comportamento compulsivo, o mais recorrente é o estresse, porque aumenta os níveis de um hormônio chamado cortisol, o que acaba estimulando a ingestão de alimentos.¹
Outras correntes de pesquisa estudam a relação da compulsão alimentar com o funcionamento do cérebro, mais exatamente do hipotálamo, uma região que funciona como “reguladora da fome”. Explicando de forma bem simples, muitas partes do nosso corpo se comunicam com o hipotálamo, como estômago, intestino, pâncreas, fígado, músculos e tecido de gordura, enviando sinais de fome ou saciedade. Mas em alguns casos, existe uma “falha de comunicação” nesse sistema e a pessoa simplesmente não sente que já comeu o suficiente.¹
Como acabar com a compulsão alimentar. Tem tratamento?
Primeiro, o mais importante é entender se realmente existe um transtorno alimentar, por meio de consultas detalhadas com o paciente e sua família. Caso o diagnóstico seja comprovado, o tratamento é feito com equipes multidisciplinares que podem envolver nutricionistas, psicólogos e psiquiatras, dependendo dos medicamentos indicados.
Atualmente, a linha de tratamento mais estudada (e a que mostra melhores resultados) é a TCC - Terapia Cognitivo-Comportamental. Normalmente é um tratamento de curto prazo, realizado em sessões que estudam aspectos cognitivos do problema, gatilhos emocionais e pensamentos distorcidos como a auto-avaliação baseada no peso e na forma do corpo, perfeccionismo, entre outros.