A obesidade é uma doença crônica complexa que vai muito além de questões estéticas. O excesso de peso sobrecarrega o corpo, prejudica a qualidade do sono e impacta diretamente o funcionamento do cérebro. Um dos problemas mais associados à obesidade é a apneia do sono, distúrbio marcado por pausas na respiração durante a noite, que afetam a oxigenação e fragmentam o sono.¹ ²
Publicado em: 02 de Julho
Essa combinação cria um ciclo vicioso: noites mal dormidas reduzem a disposição, dificultam a concentração e favorecem ainda mais o ganho de peso, gerando fadiga física e fadiga mental.¹
Por que a obesidade causa fadiga?
A principal explicação para a fadiga em pessoas com obesidade está na apneia do sono, que interrompe a respiração e impede o descanso profundo. Isso compromete a recuperação do corpo e do cérebro, gerando:
Além disso, a sobrecarga no corpo, provocada pelo acúmulo de gordura na região do pescoço e da garganta, causa dificuldade respiratória, piorando a qualidade do sono e afetando ainda mais a disposição diária.¹ ²
Quais são as causas da falta de concentração e cansaço
As principais causas da dificuldade de concentração e do cansaço em quem tem obesidade são:
Essa combinação prejudica diretamente o funcionamento do cérebro, afetando memória, raciocínio e atenção.¹ ² Mas como identificar os sintomas da apneia do sono?
Sintomas mais comuns da apneia do sono
A apneia do sono, altamente prevalente em pessoas com obesidade, pode se manifestar por sintomas como:
Esses sinais muitas vezes passam despercebidos, mas devem ser investigados, pois aumentam o risco de doenças cardiovasculares e metabólicas.¹ ²
Muitas pessoas relatam sintomas que chamam de “obesidade mental”, expressão popular ainda sem respaldo técnico, mas que costuma descrever a sensação de esgotamento, dificuldade de concentração e fadiga mental intensa. Embora o termo não seja científico, esses sinais refletem claramente os efeitos do sono ruim e da sobrecarga provocada pelo excesso de peso no organismo.²
Também vale lembrar que a obesidade, por meio da apneia do sono, afeta o sistema nervoso de forma indireta. As interrupções constantes do sono reduzem a capacidade de o cérebro se reorganizar, impactando a cognição, a regulação emocional e até a disposição para as atividades diárias. O exame de polissonografia, usado para diagnosticar a apneia, analisa inclusive a atividade cerebral, mostrando como essas pausas respiratórias podem gerar impactos neurológicos.¹ ²
Riscos cardiovasculares e diagnóstico
Além de prejudicar o sono, a apneia está associada a outras doenças como hipertensão, colesterol alto, diabetes e maior risco de arritmias ventriculares.
O diagnóstico costuma ser feito em laboratório especializado, por meio da polissonografia, que avalia ronco, fluxo de ar, movimentação corporal e oxigenação do sangue. Mesmo assim, a apneia segue sendo subdiagnosticada, o que reforça a importância de observar sinais como ronco intenso, fadiga e dificuldade de concentração.
A obesidade afeta o corpo de forma ampla, influenciando o metabolismo, o sistema cardiovascular e até o funcionamento do cérebro. Por isso, cuidar do sono, observar sinais de cansaço excessivo e dificuldade de foco, e buscar orientação profissional são passos fundamentais para proteger a saúde e garantir mais qualidade de vida.
Referências:
1. Obesidade (Hospital Israelita Albert Einstein): Hospital Israelita Albert Einstein. Obesidade [Internet]. São Paulo: Hospital Israelita Albert Einstein; [citado 2024 Jul 25]. Disponível em: https://www.einstein.br/n/glossario-de-saude/obesidade
2. Especialistas alertam para riscos associados entre obesidade e apneia do sono (SBCBM): Battistelli C. Especialistas alertam para riscos associados entre obesidade e apneia do sono [Internet]. São Paulo: Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM); 2018 Jul 25 [citado 2024 Jul 25]. Disponível em: https://sbcbm.org.br/especialistas-alertam-para-riscos-associados-entre-obesidade-e-apneia-do-sono/
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