
Sobrepeso também faz mal a saúde
Quando se fala em sobrepeso e obesidade, é comum confundir os conceitos e considerá-los sinônimos para a mesma situação.
Descubra a diferença entre sobrepeso e obesidade, suas causas, tipos e quando representam risco à saúde. Informações essenciais para sua jornada.
Publicado em: 02 de Setembro
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A balança não mente, mas às vezes ela também não conta a história toda. Quando os números começam a subir, surge aquela pergunta que muitos homens fazem: estou apenas com uns quilos a mais ou isso já virou um problema sério?
A diferença entre sobrepeso e obesidade vai muito além de rótulos. É uma questão que pode determinar o rumo da sua saúde nos próximos anos.
A linha que separa sobrepeso de obesidade é mais clara do que muitos imaginam. Ambos representam excesso de gordura corporal, mas a quantidade e os riscos envolvidos são diferentes.
O Índice de Massa Corporal (IMC) é o termômetro mais usado. Para calcular, você divide seu peso pela altura ao quadrado. Sobrepeso fica entre 25 e 29,99, enquanto obesidade começa a partir de 30.
Mas aqui está o ponto importante: sobrepeso também faz mal à saúde. Não é apenas uma "zona de conforto" antes da obesidade. Já representa um risco à saúde que merece atenção.
Se fosse só "comer menos e se exercitar mais", não teríamos 96 milhões de brasileiros com excesso de gordura corporal. A realidade é bem mais complexa.
O acúmulo de gordura acontece quando consumimos mais energia do que gastamos, mas os fatores são múltiplos. Genética, hormônios, estresse, qualidade do sono, medicamentos e até o ambiente onde vivemos influenciam diretamente.
Vivemos em ambientes "obesogênicos". Comida ultraprocessada em cada esquina, rotinas sedentárias, estresse crônico e pouco tempo para cuidar da alimentação.
Fatores hormonais também pesam. Resistência à insulina, problemas de tireoide e alterações nos hormônios do apetite podem transformar a manutenção do peso em uma batalha diária.
A obesidade tem graus que indicam diferentes níveis de risco de doenças.
Obesidade grau I (IMC 30-34,99) já aumenta significativamente o risco de diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares.
Obesidade grau II (IMC 35-39,99) representa risco moderado a alto, com maior probabilidade de desenvolver problemas de saúde graves.
Obesidade grau III (IMC acima de 40), também chamada de mórbida, é a forma mais severa. O impacto na qualidade de vida é significativo e o risco de mortalidade aumenta consideravelmente.
Existe outro fator crucial: onde a gordura se acumula. A obesidade abdominal pode ser mais perigosa que a obesidade distribuída pelo corpo. É por isso que o IMC não deve ser o único parâmetro para definir obesidade.
A resposta pode surpreender: desde o primeiro quilo extra. Mas a intensidade do perigo varia conforme o grau e a localização do acúmulo de gordura.
O tecido adiposo produz substâncias inflamatórias que circulam pelo corpo, criando inflamação crônica. Isso afeta desde o funcionamento do coração até a capacidade do cérebro de regular o apetite.
Diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardíacas, apneia do sono, alguns tipos de câncer e até depressão têm ligação direta com o excesso de peso. Quanto maior o IMC, maior o risco.
Boa notícia: mesmo uma perda modesta de peso, entre 5% e 10% do peso corporal, já traz benefícios significativos. Não é preciso chegar ao peso "ideal" para começar a colher os frutos.
Reconhecer onde você está nessa escala não é sobre julgamento, é sobre autocuidado. Seja sobrepeso ou obesidade, ambos merecem atenção e acompanhamento profissional.
Quanto mais cedo você procurar seu médico e começar a cuidar da situação, maiores as chances de reverter o quadro e prevenir complicações futuras.
Não existe fórmula mágica, mas existe ciência. E a ciência mostra que, com a abordagem certa, é possível retomar o controle da sua saúde.
Referências:
1. Ministério da Saúde. Diferença entre sobrepeso e obesidade. 2021
2. Ministério da Saúde. Sobrepeso e obesidade como problemas de saúde pública. 2022
BR25OB00256