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Obesidade pode causar insuficiência cardíaca e fadiga? Descubra

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Sim, a obesidade pode causar insuficiência cardíaca. Isso ocorre porque o excesso de gordura sobrecarrega o coração, provoca inflamações no corpo e favorece doenças como pressão alta, diabetes e colesterol alto — todas elas prejudicam o funcionamento cardíaco.¹ ²

Publicado em: 03 de Julho

Obesidade pode causar insuficiência cardíaca e fadiga? Descubra

 

Pessoas com obesidade têm até o dobro de chance de desenvolver insuficiência cardíaca em comparação com quem tem peso saudável. Além disso, a gordura ao redor do coração e dos vasos sanguíneos (especialmente a visceral e a perivascular) pode afetar a estrutura do coração, levando ao aumento do órgão, à dificuldade de bombear sangue e até a arritmias.¹ ²

Por isso, controlar o peso corporal é essencial para reduzir o risco de insuficiência cardíaca e os sintomas associados, como o cansaço excessivo.

 

A fadiga pode ser um sintoma da insuficiência cardíaca?

Muitas pessoas com a doença sentem um cansaço frequente, mesmo após pequenos esforços, porque o coração não consegue bombear sangue com eficiência para o corpo, por isso, a fadiga é um dos sintomas mais comuns da insuficiência cardíaca.

Com o tempo, esse esforço reduzido pode causar perda de massa muscular (sarcopenia), o que intensifica ainda mais a fraqueza e a sensação de esgotamento. Além disso, o cansaço pode interferir no sono, aumentar o estresse e afetar a qualidade de vida.

Estudos mostram que pessoas com insuficiência cardíaca que sentem mais cansaço costumam apresentar também distúrbios do sono, como insônia.³ Outro sintoma comum da doença, a falta de ar (dispneia), também pode estar associada ao cansaço extremo.³ ⁴

Por isso, a fadiga constante, especialmente acompanhada de falta de ar, não deve ser ignorada.

 

Qual a relação entre obesidade e doenças cardíacas?

Pessoas com obesidade têm mais chances de desenvolver doenças como pressão alta, diabetes, colesterol alto e problemas nas artérias do coração — todas elas aumentam o risco de insuficiência cardíaca.

Além disso, o excesso de gordura obriga o coração a trabalhar mais. Isso pode causar aumento do ventrículo esquerdo, dificuldade no bombeamento do sangue e outras alterações na estrutura cardíaca.

A gordura visceral, que se acumula ao redor dos órgãos internos, libera substâncias inflamatórias que afetam negativamente o coração. Em alguns casos, a gordura se deposita diretamente no coração, o que também pode prejudicar o funcionamento do músculo cardíaco.

Estudos mostram que até metade dos pacientes com insuficiência cardíaca também convivem com a obesidade — principalmente nos casos em que a capacidade de bombeamento do coração está preservada (a chamada IC com fração de ejeção preservada).

Por isso, manter um peso saudável é uma medida essencial para proteger o coração e evitar doenças graves.¹ ² ⁵

 

Quais são os sinais de que o coração está "cansado"?

Embora "coração fadigado" não seja um termo médico, ele costuma se referir aos sinais da insuficiência cardíaca, quando o coração perde a força para bombear o sangue de forma adequada.

Os principais sintomas que indicam sobrecarga no coração são:

  • Falta de ar, especialmente ao fazer esforço, deitar ou durante a noite.
  • Cansaço constante, mesmo em tarefas simples.
  • Inchaço nas pernas, tornozelos ou abdômen, por retenção de líquidos.
  • Ganho rápido de peso, por acúmulo de líquidos no corpo.
  • Batimentos acelerados ou irregulares.
  • Tosse seca ou noturna, sem causa aparente.
  • Urinar mais à noite e menos durante o dia.
  • Falta de apetite, náuseas ou desconforto abdominal.
  • Sensação de confusão ou desorientação, em casos mais graves.
  • Extremidades frias, indicando má circulação.

Esses sinais podem aparecer de forma leve no início, mas tendem a piorar se não tratados. Por isso, se você sente cansaço fora do normal, falta de ar ou inchaços frequentes, procure orientação médica para investigar a saúde do seu coração.⁵

 

Referências:

1. Silveira EA, Barbosa LKB, Oliveira C, de Oliveira LL, Reis VM. Obesidade e insuficiência cardíaca: uma associação complexa. Rev Assoc Med Bras (1992). 2020;66(9):1232-8. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ramb/a/9js8GbvCt6zKQDJJPwrxd4k/
2. Mendonza A, Barreto ACP, Tejeda A, Chafes D, Gomez E, Bogantes E, et al. La insuficiencia cardíaca. Insuficiencia cardíaca [Internet]. 2006;14(2):[páginas]. Disponível em: https://www.scielo.org.ar/pdf/ic/v14n2/v14n2a2.pdf
3. Santos MA, Cruz DALM, Barbosa RL. Fatores associados ao padrão de sono em pacientes com insuficiência cardíaca. Rev Esc Enferm USP. 2011;45(5):1105–12. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/sMtSdwj3GrsnMmfxfGvPTZy/?lang=pt scielo.br+3scielo.br+3scielo.br+3
4. Villacorta H. Insuficiência cardíaca e sarcopenia: o que está no meio? Arq Bras Cardiol. 2023;120(10):e20230689. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/bGBcsc4dGBYJDP57PhC3w7j/?lang=pt
5. Comitê Coordenador da Diretriz de Insuficiência Cardíaca. Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arq Bras Cardiol. 2018;111(3):436–539. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/XkVKFb4838qXrXSYbmCYM3K/?format=pdf


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