Tópicos:
- IMC e obesidade geral
- Circunferência do abdômen
- O que a obesidade causa no intestino?
- Como fica a barriga de quem tem câncer no intestino grosso?
- Qual o maior causador de câncer no intestino?
IMC e obesidade geral
O Índice de Massa Corporal (IMC), medida para obesidade geral, é um fator de risco para o câncer colorretal: pessoas com sobrepeso ou obesidade têm um risco elevado de 18% e 32% a mais, respectivamente, em comparação às que não têm excesso de gordura corporal².
Circunferência do abdômen
A distribuição da gordura na região cintura e quadril também pode ser um indicador de maior chances de desenvolver o câncer no intestino, sendo um fator ainda mais forte do que o IMC³. A obesidade central, que reflete o acúmulo de gordura visceral, libera marcadores inflamatórios e adipocinas, o que contribui para a disfunção metabólica e, em alguns casos, o desenvolvimento do câncer.
Outro apontamento dos estudos é que a associação entre as doenças pode ser ainda mais forte do que estudos anteriores trazem, já que pode acontecer uma perda de peso um pouco antes do diagnóstico de câncer colorretal.
O que a obesidade causa no intestino?
Existem estudos que mostram que o excesso de gordura pode afetar esse órgão de algumas formas que acabam se relacionando e levando a mais problemas:
- Alteração da microbiota intestinal: chamada disbiose, é o desequilíbrio das bactérias presentes nessa região. Afeta a parede do intestino, comprometendo a mucosa que reveste e protege o órgão. A disbiose também pode resultar na produção de substâncias que favorecem o aparecimento de tumores.
- Aumento da capacidade de extração de energia: é como se o intestino passasse a extrair mais energia dos alimentos do que é necessário, levando a um acúmulo que se transforma em gordura.
- Condição de intestino permeável: pense que existe uma barreira que "filtra” toxinas e fragmentos bacterianos que não deveriam estar ali. Neste caso, essa barreira passa a falhar, como se apresentasse vazamentos que podem ser induzidos pela própria dieta que leva à obesidade.
- Endotoxemia metabólica e inflamação crônica subclínica: a barreira que protege o intestino falha, ativa células do sistema imunológico que passam a liberar substâncias inflamatórias. Esse estado constante de inflamação causa outros problemas metabólicos associados à obesidade, como resistência à insulina e doenças cardiovasculares.
Todas essas situações afetam a digestão e a absorção de nutrientes. No intestino grosso, por exemplo, a alta ingestão de carboidratos pode levar à fermentação excessiva, causando gases, inchaço e desconforto. O excesso de proteína, por sua vez, pode causar um processo de putrefação, gerando mais substâncias indesejáveis no intestino.
Como fica a barriga de quem tem câncer no intestino grosso?
Não existe uma indicação do aspecto físico da barriga de quem tem a doença localizada nessa região. A relação está na composição corporal com gordura em excesso e o surgimento da doença que pode ocorrer.
Qual o maior causador de câncer no intestino?
De acordo com a Cartilha de Prevenção do Câncer Colorretal divulgada pelo Ministério da Saúde em parceria com o INCA e Sociedade Brasileira de Coloproctologia, os maiores fatores de risco são:
- Fumar.
- Consumir bebidas alcoólicas.
- O excesso de peso,especialmente a obesidade abdominal.
- Estar acima do peso.
- Comer alimentos com muitas calorias, como biscoitos com ou sem recheios e bebidas açucaradas, como refrigerantes e outras bebidas industrializadas.
- Consumir alimentos de origem animal, principalmente carnes vermelhas e carnes embutidas, como presuntos, mortadelas, blanquet, salsichas, linguiças.
- O risco aumenta com a idade, especialmente após os 50 anos.
- Ter parentes em primeiro grau (pais, irmãos e filhos) com pólipos ou câncer de intestino.
- Ser portador de retocolite ulcerativa ou doença de Crohn.