Além de prejudicar a saúde de diversas maneiras, a obesidade pode exercer um impacto direto na respiração e causar um sintoma chamado dispneia, popularmente conhecido como “falta de ar” ou “falta de fôlego”. Mas, por que isso pode acontecer?
Publicado em: 10 de Junho
Algumas vezes, o acúmulo de gordura corporal, especialmente na região do abdômen e tórax, pode limitar a expansão dos pulmões e dificultar o trabalho do diafragma, músculo principal da respiração. Isso reduz a capacidade pulmonar total e a quantidade de ar que conseguimos inspirar e expirar¹.
Esse tipo de queixa é bem comum entre pessoas com obesidade. Inclusive, estudos mostram que a obesidade pode diminuir, significativamente, os volumes e capacidade dos pulmões, dificultando uma série de atividades cotidianas como subir escadas ou dar aquela corridinha para não perder o ônibus¹.
Além das limitações de espaço, o excesso de peso pode reduzir a força dos músculos respiratórios e a complacência da parede torácica, ou seja, a facilidade com que ela se expande e retrai durante a respiração. Tudo isso demanda mais esforço dos pulmões, deixando a respiração mais trabalhosa e trazendo a constante sensação de falta de ar.² ³
A obesidade também está associada a outro distúrbio respiratório, bem comum entre pessoas com excesso de peso: a apneia do sono, que gera paradas respiratórias enquanto a pessoa dorme. Essa noite mal-dormida, acaba causando cansaço no dia seguinte².
Como melhorar a falta de ar gerada pela obesidade?
Quando um médico identifica falta de ar como resultado da obesidade, a principal indicação é reduzir o peso corporal. Isso pode melhorar significativamente a função pulmonar e diminuir, automaticamente, a sensação de falta de ar¹.
É importante lembrar que exercícios regulares e dietas são aliados da perda de peso, mas devem ser orientados por médicos e nutricionistas. Conhecendo a sua história, observando seus exames clínicos e investigando sua saúde com exames laboratoriais, esses profissionais podem criar um plano ideal para que a sua perda de peso seja eficiente e duradoura.
Referências:
1. Melo LC, Silva MAM, Calles ACN. Obesidade e função pulmonar: uma revisão sistemática. Einstein (São Paulo) [Internet]. 2014;12(1):120–5. Disponível em: https://www.scielo.br/j/eins/a/sJQRtzfsqrKr7kS45t8mx5Q/
2. Costa D, Gonçalves HA, Lima LP, Ike D, Cancelliero KM. Repercussões respiratórias da obesidade. J Bras Pneumol [Internet]. 2008;34(10):837–45. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/V8ydGrBKT9wK43fntXtqsqk/
3. Poulain M, Doucet M, Major GC, Drapeau V, Sériès F, Boulet LP, et al. The effect of obesity on chronic respiratory diseases: pathophysiology and therapeutic strategies. CMAJ [Internet]. 2006 Apr 25;174(9):1293–9. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1435949/
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