
Obesidade aumenta o risco de doenças no fígado
Existem doenças que se instalam e progridem de forma silenciosa, só apresentando sintomas quando já estão em estágio avançado.
Músculos e gorduras fazem parte do nosso corpo e são tecidos completamente diferentes. Os músculos são responsáveis pelos nossos movimentos, enquanto as gorduras são a nossa fonte de energia. Mas você sabia que pode existir gordura dentro dos músculos? Esta é uma condição chamada mioesteatose, que pode ser muito perigosa para a saúde1.
A mioesteatose é uma infiltração de gordura intramuscular que tem relação com a obesidade, sarcopenia (diminuição da massa muscular), diabetes e doenças cardiovasculares (AVC e infarto, por exemplo). Um estudo realizado por pesquisadores da Bélgica e publicado em 2023 na revista científica Radiology mostrou que adultos com acúmulo de gordura nos músculos têm um maior risco de morte, similar ao do tabagismo e do diabetes tipo 21.
Os músculos
são extremamente importantes para a nossa saúde. Ter uma reserva
de massa muscular é como fazer uma “poupança” para o futuro. Os
benefícios são inúmeros: controle da pressão arterial e dos níveis de
colesterol e triglicérides; proteção dos ossos e das articulações,
melhora da força física e redução do risco de fraturas e de
osteoporose; preservação de funções cerebrais e diminuição do risco de
doenças neurodegenerativas, como Parkinson e
Alzheimer2-3-4.
A quantidade de músculos é
importante, mas, além disso, é essencial que eles sejam de qualidade.
Está comprovado que uma reserva de massa muscular de boa qualidade é
um fator de proteção contra doenças do coração2-3-4.
Obesidade, síndrome
metabólica, envelhecimento e sedentarismo podem levar a um acúmulo
de gordura nos músculos. Quando a gordura começa a ocupar espaço
dentro da fibra muscular, o músculo fica inflamado e começa a perder
sua função. Por isso, a mioesteatose é tão prejudicial à saúde e pode
trazer consequências negativas, como o aumento do risco de sarcopenia,
diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares2-3-4.
A mioesteatose é uma doença silenciosa, pois não apresenta
sintomas. Geralmente é identificada em exames de tomografia ou
ressonância magnética, quando o paciente se submete a eles para
verificar a existência de outras doenças1.
Por isso, é tão importante manter em dia a sua rotina de consultas
médicas e fazer check ups periódicos. O tratamento da mioesteatose
envolve a redução do excesso de peso por meio da mudança de hábitos,
como alimentar-se de forma balanceada (dando preferência a alimentos
naturais e reduzir o consumo de ultraprocessados),
praticar exercícios
físicos com frequência e o uso de medicamentos, quando prescritos
por um médico1-5.
As chances de sucesso são
muito maiores quando você possui a assistência de uma equipe
multidisciplinar, composta por médico, psicólogo, nutricionista e
educador físico. Comece com um profissional que possa fazer o
diagnóstico e, se for possível, adicione as demais especialidades
conforme a sua necessidade5.
Referências
1. Nachit M, Horsmans Y et al. AI-based CT Body Composition
Identifies Myosteatosis as Key Mortality Predictor in Asymptomatic
Adults. Radiology. 2023 Jun;307(5):e222008. 2. Kim HK, Kim CH. Quality
Matters as Much as Quantity of Skeletal Muscle: Clinical Implications
of Myosteatosis in Cardiometabolic Health. Endocrinol Metab (Seoul).
2021 Dec;36(6):1161-1174 3. McLeod M, Breen L et al. Live strong and
prosper: the importance of skeletal muscle strength for healthy
ageing. Biogerontology. 2016 Jun;17(3):497-510. 4. Prado CM, Purcell
SA et al. Implications of low muscle mass across the continuum of
care: a narrative review. Annals of Medicine. 2018;50(8):675-693. 5.
Mendes AA, Ieker ASD et al. Multidisciplinary programs for obesity
treatment in Brazil: A systematic review. Rev. Nutr. 2016 Nov-Dec; 29(6):867-884.
BR24OB00088 - Maio/2024 - Material destinado ao público em geral.