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COVID-19 e sobrepeso: uma combinação que ainda exige nossa atenção

4 min. read

 

Descubra por que o sobrepeso continua sendo um fator de risco importante para COVID-19, seus impactos na saúde e estratégias eficazes para reduzir os riscos associados.

Publicado em: 18 de Agosto

COVID-19 e sobrepeso: uma combinação que ainda exige nossa atenção

 

A pandemia de COVID-19 trouxe à tona uma realidade que muitos preferiam ignorar: o sobrepeso não é apenas uma questão estética, mas um fator de risco covid-19 real e significativo. Mesmo com o avanço das vacinas e o controle da pandemia, essa relação perigosa entre excesso de peso e complicações graves da doença continua sendo uma preocupação médica importante.

Os dados são claros: pessoas com obesidade têm 48% mais risco de morte por COVID-19, segundo estudos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Mas essa estatística vai muito além de números frios. Ela representa vidas, famílias, histórias que poderiam ter tido desfechos diferentes.

 

Por que a obesidade ainda é um fator de risco para COVID-19?
 

A relação entre obesidade e coronavirus não é coincidência, mas resultado de mecanismos biológicos complexos que tornam o corpo mais vulnerável à infecção e suas complicações. O tecido adiposo não é apenas um depósito passivo de energia, mas um órgão metabolicamente ativo que produz substâncias inflamatórias e interfere no sistema imunológico.

Pessoas com IMC elevado apresentam um estado de inflamação crônica que compromete a capacidade do organismo de responder adequadamente a infecções virais. Além disso, possuem uma quantidade maior da enzima ECA-2, que o SARS-CoV-2 utiliza como porta de entrada nas células. É como se o próprio corpo oferecesse mais "chaves" para o vírus abrir suas portas.

A imunossupressão obesidade é outro fator crucial. O excesso de peso altera a resposta imune, aumentando a probabilidade de ocorrer a temida "tempestade de citocinas", uma reação inflamatória exagerada que pode ser fatal em pacientes com COVID-19.

Dados do Ministério da Saúde revelam uma tendência alarmante: das mortes por COVID-19 analisadas em 2020, entre os 43 casos de pessoas obesas que faleceram, 24 tinham menos de 60 anos. Isso significa que a obesidade estava "envelhecendo" o risco, fazendo com que pessoas mais jovens apresentassem vulnerabilidades típicas de idades mais avançadas.

 

Quais são os impactos da obesidade em pacientes com COVID-19?
 

Os impactos do sobrepeso em pacientes com COVID-19 se manifestam de forma cascata, afetando múltiplos sistemas do organismo. Estudos mostram que a obesidade oferece:

  • 46% mais risco de contrair COVID-19
  • 113% mais risco de hospitalização por covid
  • 74% mais risco de necessitar UTI
  • 66% mais risco de ventilação mecânica invasiva
  • 48% mais risco de morte

A função respiratória é particularmente comprometida em pessoas com excesso de peso. A obesidade causa maior resistência nas vias aéreas e dificulta a expansão pulmonar, criando um cenário onde os pulmões já trabalham com limitações antes mesmo da infecção viral.

Estudos realizados no Reino Unido, envolvendo mais de 400 mil pessoas, mostraram uma relação dose-resposta clara: quanto maior o IMC, maior o risco de complicações graves. O risco relativo de desenvolver formas graves da doença foi de 1,44 para pessoas com sobrepeso e 1,97 para aquelas com obesidade, comparado a pessoas com peso normal.

 

Qual a relação entre obesidade e COVID longa?
 

A covid longa representa um dos aspectos mais desafiadores da pandemia, e pessoas com IMC elevado apresentam maior probabilidade de desenvolver sintomas persistentes após a COVID-19. A fadiga crônica, um dos sintomas mais debilitantes, parece ser particularmente comum em pacientes obesos.

A função respiratória comprometida pode se tornar ainda mais prejudicada após a COVID-19. A dispneia (falta de ar) persistente é relatada com maior frequência em pacientes com excesso de peso, limitando atividades básicas do dia a dia.

Os problemas cognitivos associados à covid longa, conhecidos como "névoa cerebral", também parecem ser mais prevalentes em pessoas obesas. A imunossupressão obesidade pode contribuir para a persistência dos sintomas, mantendo um estado de ativação inflamatória que perpetua os problemas.

 

Como reduzir os riscos da obesidade relacionados à COVID-19?
 

A redução dos riscos associados à combinação obesidade e COVID-19 requer uma abordagem multifacetada:

Medidas de Proteção Básicas
 

A prevenção covid obesos começa com medidas básicas que devem ser seguidas com ainda mais rigor: uso de máscaras, distanciamento social e higienização das mãos são especialmente importantes para pessoas com IMC elevado.

Vacinação
 

As vacinas covid obesidade demonstraram eficácia em pessoas obesas, embora a resposta imunológica possa ser ligeiramente reduzida. Por isso, é fundamental manter o esquema vacinal atualizado, incluindo doses de reforço quando recomendadas.

Controle de Comorbidades
 

O controle rigoroso das comorbidades obesidade é essencial. Diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares devem ser mantidos sob controle através de medicação adequada e acompanhamento médico regular.

Alimentação e Exercícios
 

Uma dieta rica em nutrientes fortalece o sistema imunológico. Alimentos anti-inflamatórios como peixes ricos em ômega-3, frutas vermelhas e vegetais folhosos podem ajudar a reduzir o estado inflamatório crônico. A atividade física regular, mesmo adaptada às limitações individuais, é fundamental para fortalecer o sistema imunológico e melhorar a função respiratória.

 

O papel das vacinas e da telemedicina
 

As vacinas continuam sendo altamente eficazes na prevenção de formas graves da COVID-19 em pessoas obesas, apesar de uma possível resposta imunológica ligeiramente reduzida. A segurança das vacinas nessa população é bem estabelecida, e os benefícios superam amplamente os riscos.

A telemedicina emergiu como uma ferramenta fundamental, oferecendo uma alternativa segura para o acompanhamento médico de pessoas com obesidade. Consultas virtuais permitem o monitoramento regular sem exposição aos riscos de ambientes hospitalares, incluindo acompanhamento nutricional, prescrição de exercícios e suporte psicológico.

 

Estratégias nutricionais e exercícios seguros
 

Alimentos ricos em antioxidantes, como frutas vermelhas, são importantes para combater o estresse oxidativo. A vitamina D merece atenção especial, pois sua deficiência é comum em pessoas obesas e está associada a maior risco de infecções respiratórias.

Exercícios domiciliares se tornaram a principal alternativa durante os períodos de restrição. Caminhada no local, subir escadas, exercícios com peso corporal e uso de elásticos podem ser realizados com segurança em casa. A caminhada ao ar livre, respeitando o distanciamento social, oferece benefícios adicionais como exposição à vitamina D.

 

O impacto psicológico e perspectivas futuras
 

A pandemia trouxe desafios psicológicos únicos para pessoas com obesidade. O medo constante de contrair COVID-19, o isolamento social e a interrupção das rotinas de cuidados médicos criaram um cenário complexo que pode agravar tanto a condição de peso quanto a vulnerabilidade à infecção.

A integração da telemedicina nos cuidados de rotina representa uma mudança que provavelmente permanecerá além da pandemia. A conscientização sobre a relação entre obesidade e COVID-19 pode ter criado uma motivação adicional para muitas pessoas buscarem o emagrecimento.

 

Conclusão: cuidando do presente, protegendo o futuro
 

A relação entre COVID-19 e sobrepeso nos ensinou que a saúde é um sistema interconectado onde cada aspecto influencia os demais. Os dados são claros: pessoas com IMC elevado enfrentam riscos significativamente maiores, mas esses números não devem gerar desespero, e sim ação.

Cada quilograma perdido, cada hábito saudável adotado, cada consulta médica mantida representa um passo na direção da proteção e da saúde. Cansaço no processo de emagrecimento isso é normal, e é fundamental compreender que os benefícios vão muito além da aparência física.

A pandemia nos mostrou que nossa saúde individual está intrinsecamente ligada à saúde coletiva. Ao cuidarmos do nosso peso, não estamos apenas protegendo a nós mesmos, mas também contribuindo para reduzir a sobrecarga dos sistemas de saúde.

As ferramentas estão disponíveis: vacinas eficazes, tratamentos médicos avançados, tecnologias que facilitam o acompanhamento à distância. O que precisamos agora é da determinação individual e do apoio coletivo para transformar esse conhecimento em ação.

Lembre-se de que COVID-19 e obesidade uma relação perigosa que ainda precisa de atenção não é apenas um título de artigo, mas uma realidade que exige nossa atenção contínua. O futuro da nossa saúde está sendo escrito hoje, com cada escolha que fazemos em direção a um estilo de vida mais saudável.

 

Este conteúdo é apenas para fins informativos e não substitui o aconselhamento médico profissional. Sempre consulte um médico antes de fazer mudanças significativas em seu estilo de vida ou tratamento, especialmente se você tem condições de saúde preexistentes ou está em grupo de risco para COVID-19.


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