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O que é a compulsão alimentar periódica?

Quase todo mundo já passou por alguma situação em que continuou comendo mesmo depois de estar saciado, como no caso de uma refeição muito apreciada ou em um momento de tristeza que foi descontado na comida.

Publicado em: 24 de fevereiro

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Quase todo mundo já passou por alguma situação em que continuou comendo mesmo depois de estar saciado, como no caso de uma refeição muito apreciada ou em um momento de tristeza que foi descontado na comida. No entanto, para algumas pessoas, comer em excesso se torna um acontecimento comum. É quando a situação parece fora de controle que se cruza a linha do transtorno da compulsão alimentar periódica. Continue a leitura para entender quais são os sinais de alerta e como esse transtorno pode se relacionar com a obesidade.

O que é a compulsão alimentar periódica?

A compulsão alimentar periódica, também conhecida como TCAP ou CAP, é um transtorno alimentar grave em que a pessoa come grandes quantidades de alimentos por um período de tempo limitado − até duas horas − e se sente incapaz de parar de comer. A falta de controle do quanto se come, o que se come e por quanto tempo é acompanhada de uma sensação de culpa. Esse sentimento pode até gerar a vontade de parar, mas a compulsão é tão grande que a pessoa continua comendo.

É possível observar alguns padrões emocionais, físicos e comportamentais em quem tem o transtorno de compulsão alimentar periódica. Fique atento aos seguintes sinais de alerta:

Sinais emocionais

    🗸  Medo de comer em público ou com outras pessoas;

    🗸  Sensação de falta de controle sobre a capacidade de parar de comer;

    🗸  Sentimentos de nojo, depressão ou culpa depois de comer demais;

    🗸  Baixa autoestima.

Sinais físicos

    🗸  Alterações visíveis no peso, tanto de aumento quanto de perda;

    🗸  Dor de estômago e outras queixas gastrointestinais não específicas, como prisão de ventre, refluxo ácido, azia, etc.;

    🗸  Dificuldade de concentração.

Sinais comportamentais

    🗸  Percepção de que grandes quantidades de alimentos desaparecem em pouco tempo, como embalagens e recipientes vazios;

    🗸  Comportamentos alimentares que podem ser restritivos, como dietas da moda ou a exclusão grupos inteiros de alimentos (sem açúcar, sem carboidratos, sem laticínios);

    🗸  Desenvolvimento de rituais alimentares, como não deixar que os alimentos se toquem ou mastigar em excesso;

    🗸  Afastamento de amigos e de atividades que aprecia;

    🗸  Horários da rotina dedicados somente às sessões de compulsão alimentar;

    🗸  Comer ao longo do dia sem refeições planejadas, pular refeições ou ingerir porções pequenas de comida nas refeições regulares;

    🗸  Hábito de roubar ou acumular comida em lugares pouco usuais;

    🗸  Preocupação extrema com o peso e a forma do corpo.

Quanto mais episódios de compulsão alimentar acontecem ao longo de uma semana, mais grave é considerado o transtorno.

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O que causa a compulsão alimentar periódica?

As causas do transtorno da compulsão alimentar periódica são desconhecidas, mas genética, fatores biológicos, dietas longas e restritivas e problemas psicológicos aumentam o risco.

Histórico familiar: a probabilidade de que você tenha um transtorno alimentar é maior

caso seus pais ou irmãos tenham tido. Isso pode indicar que os genes herdados aumentam o risco de desenvolver a compulsão ou que os hábitos aprendidos durante o crescimento podem desenvolver um transtorno alimentar. Conversas negativas sobre forma física, peso e alimentação de membros da família também estão relacionadas ao diagnóstico de TCAP.

Dietas: restringir calorias ou alimentos de forma exagerada pode gerar uma vontade de comer compulsivamente, especialmente se o indivíduo tiver sintomas de depressão associados. Muitas pessoas com transtorno de compulsão alimentar periódica têm um histórico repleto de dietas restritivas e pouco saudáveis.

Problemas psicológicos: é comum que pessoas com transtorno de compulsão alimentar tenham sentimentos negativos sobre si mesmas, suas habilidades e realizações. Os gatilhos para a compulsão podem incluir estresse, falta de identificação com a imagem do próprio corpo e fácil acesso aos alimentos preferidos. A depressão, o transtorno bipolar, a ansiedade e o uso abusivo de drogas também podem estar ligados à compulsão alimentar.

Como a compulsão alimentar periódica se relaciona com a obesidade?

Nem todos os indivíduos que têm obesidade desenvolvem o transtorno de compulsão alimentar. No entanto, a situação contrária é recorrente, isto é, a maior parte das pessoas com TCAP tem sobrepeso ou obesidade.

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Outros problemas de saúde relacionados

Além da prevalência de obesidade em pessoas com compulsão alimentar, o transtorno em si está associado a uma série de doenças relacionadas ao peso. O TCAP pode ser um fator de risco para síndrome metabólica, diabetes e problemas cardiovasculares. Quando a obesidade está associada à compulsão alimentar, o risco de desenvolver doenças respiratórias e gastrointestinais também é aumentado.

Quais são os tratamentos para a compulsão alimentar periódica?

Em primeiro lugar, é preciso que o diagnóstico de transtorno de compulsão alimentar periódica seja feito por profissionais da saúde. Isso só acontecerá depois de uma avaliação detalhada, em que o médico ou o psicólogo fará uma série de perguntas para entender o comportamento do paciente relacionado à alimentação. Em alguns casos, os familiares também podem ser contatados e ajudar no diagnóstico.

Depois do diagnóstico, o tratamento para a compulsão alimentar periódica costuma ser feito com uma combinação de:

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O tratamento busca estabelecer hábitos saudáveis de alimentação para ajudar a evitar os episódios de compulsão. O acompanhamento psicológico que segue a linha cognitivo-comportamental é uma das abordagens mais usadas. Há também grupos de ajuda, como os Comedores Compulsivos Anônimos (CCA), em que é possível trocar experiências e conselhos com pessoas que também passam por esse tipo de dificuldade. 

Referências: 
1.MCCUEN-WURST, Courtney. RUGGIERI, Madelyn. ALLISON, Kelly. Disordered eating and obesity: associations between binge eating-disorder, night-eating syndrome, and weight-related comorbidities. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5788730/. Acesso em: 11/04/2022. 2. Mayo Clinic. Binge-eating disorder. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/binge-eating-disorder/symptoms-causes/syc-20353627. Acesso em: 11/04/2022. 3. CORTEZ, Célia. ARAÚJO, Elaine. RIBEIRO, Marta. Transtorno de compulsão alimentar periódico e obesidade. Disponível em: http://acm.org.br/acm/revista/pdf/artigos/855.pdf. Acesso em: 11/04/2022. 4. GONÇALVES, Márcia. Transtorno compulsivo alimentar periódico. Disponível em: http://www.polbr.med.br/ano12/prat1012.php. Acesso em: 11/04/2022. 5. National Eating disorders. Binge-eating disorder. Disponível em: https://www.nationaleatingdisorders.org/learn/by-eating-disorder/bed . Acesso em: 11/04/2022.

 BR22OB00047 - Abr./2022

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