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A baixa auto estima afeta nossa saúde mental?

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Antes de responder, precisamos de uma breve introdução sobre  auto estima. Porque, apesar da popularidade nas redes sociais,  esse não é um tema simples de entender.  Auto estima não se conquista com cirurgia plástica, nem roupas caras ou com os cargos mais altos na vida profissional. Inclusive, uma pessoa pode ser extremamente confiante no próprio potencial profissional e, mesmo assim, ter baixa auto estima.

Publicado em: 11 de Agosto

A baixa auto estima afeta nossa saúde mental?

 

Tá, mas então de onde vem? Onde mora? Do que se alimenta essa tal auto estima?

Auto estima é o amor próprio e, como todo amor verdadeiro, deve ser incondicional. Por exemplo, quem se ama não precisa ter um corpo aclamado pela sociedade para cuidar da própria saúde. Não precisa estar no cargo dos sonhos para  evoluir os próprios conhecimentos e acreditar no futuro.

Auto estima é ter uma boa imagem de si mesmo, muito além do espelho e da opinião externa. É uma conquista interna, uma construção que se sustenta sobre diversos pilares da nossa  vida e em auto aceitação, não sobre o que a sociedade considera perfeição.¹ ⁴

Dito isso, sim, é verdade que a auto estima baixa pode abalar a nossa autoconfiança e gerar problemas de saúde mental como ansiedade e depressão, além de poder levar à dependências químicas , aceitação de relacionamentos tóxicos e diminuição da qualidade de vida como um todo.⁴

Ao entender melhor o conceito de auto estima, fica mais fácil entender os caminhos que levam até ela.

 

Como saber se a baixa auto estima está comprometendo sua saúde mental?

A autocrítica é necessária para nossa evolução como seres humanos. Quando aceitamos nossos erros, identificamos nossas limitações e nos perguntamos como melhorar, isso é positivo! O problema é quando não conseguimos aceitar nossas limitações naturalmente, mas encaramos como um “defeito indesculpável”.¹

Também é normal sentir-se confiante em algumas áreas da vida e menos em outras, porque  somos todos muito diferentes. No entanto, se nossa auto avaliação nos faz sentir “ruim” ou  “inútil” de alguma forma, isso pode realmente prejudicar a saúde mental.⁴

Para saber se a baixa auto estima está prejudicando nossa saúde mental, é sempre bom prestar atenção aos seguintes sinais:

  • Os pensamentos são mais focados em aspectos pessoais negativos do que nos positivos;
  • Temos dificuldade em reconhecer e valorizar nossas próprias conquistas;
  • Fazemos muitas comparações e concluímos que os outros são melhores;
  • Evitamos desafios por medo de não conseguir

Quando a baixa auto estima  afeta a saúde mental, também podemos sentir dificuldades com relacionamentos, baixa motivação e medo de julgamentos externos. Esses sentimentos ruins acabam culminando em tristeza, vergonha e até mesmo agressividade.¹

 

Como melhorar a auto estima e prevenir problemas de saúde mental?

Infelizmente, não existe uma fórmula única, muito menos mágica.  Mas de acordo com um grande estudioso e psicoterapeuta chamado Nathaniel Branden, a auto-estima baseia-se em 6 atitudes básicas que ele chamou de Os 6 Pilares da Auto Estima. Ao entender esses pilares, fica mais fácil buscar nossos próprios caminhos para essa conquista:²

1. A atitude de viver conscientemente
Viver com auto consciência é ter a mente ativa ao invés de passiva. Ou seja, ter consciência do que está por trás dos próprios atos, mesmo que essa descoberta traga um sentimento ruim. Ao contrário do que pensam, assumir nossos erros e fraquezas é um ato de discernimento e coragem.

2. A atitude da autoaceitação
Sem a auto aceitação, não existe auto estima. Aceitar-se é ter consciência dos próprios valores,  mesmo quando erramos. Todo ser humano é imperfeito, todos cometemos erros. Aceitar essa condição é o primeiro passo para evoluir. 

3.  A atitude da autorresponsabilidade
Isso significa responsabilizar-se pelas próprias escolhas, atos e pelo comportamento com o próximo em todos os níveis, dos mais cotidianos aos pessoais. Ao errar, o correto é pedir desculpas e tentar a correção ao invés de procurar, no outro, os motivos que levaram ao erro. 

4.  A atitude da autoafirmação
Autoafirmação é o ato de aceitar quem somos com todas as nossas qualidades e defeitos. É aceitar a imperfeição e não ter medo de nos mostrar. É não  esconder ou negar nossas dificuldades para a aceitação do outro. 

5. A atitude da Intencionalidade
Viver de forma intencional é desenvolver a capacidade da disciplina para alcançar nossos objetivos. É saber identificar as atitudes que nos ajudam e as que nos prejudicam, avaliando os resultados dos nossos atos para viver em sintonia com o que acreditamos e queremos.

6. A atitude da integridade pessoal
Integridade pessoal é  viver em harmonia e alinhamento com nossos próprios sentimentos, pensamentos e comportamentos. É  ter coragem para ser o que somos e não o que os outros esperam de nós. Admitir falhas sem culpar os outros, pedir desculpas e agir com o próximo da forma como gostaríamos de ser tratados.²

 

Curiosidades da auto estima

A baixa autoestima pode afetar pessoas de todas as idades. No entanto, adultos tendem a ter menor auto estima do que  idosos e mulheres tendem a ter menor auto estima do que os homens.⁴

Atualmente, muitas relações são baseadas em imagem, o que acaba gerando estigmas em diversos cortes da população. Por exemplo, a pressão social por certos padrões estéticos julga a obesidade de maneira rasa, não como doença que é, mas como se fosse uma questão de “querer é poder”. Essa estigmatização prejudica, sensivelmente, a auto estima da população.³

Muitas vezes, os problemas de saúde mental vem antes da baixa auto estima. Ou seja, depressão e ansiedade  podem ser tanto consequências como geradores.⁴

Portanto, para avaliar a sua auto estima de forma profissional, é importante procurar ajuda de um psicólogo.

 

Referências:

1. Healthdirect Australia. Self-esteem [Internet]. Canberra: Healthdirect; 2022 [cited 2025 Aug 7]. Available from: https://www.healthdirect.gov.au/self-esteem
2. Silva EF. A construção da autoestima na infância: algumas considerações [Internet]. Rev Temas Educ Saúde. 2013 [cited 2025 Aug 7];9(1):52–63. Available from: https://periodicos.fclar.unesp.br/tes/article/download/9167/6074/25094
3. Lopes ME, Silva KS, Borrasca L, Lopes AS. Baixa autoestima em adolescentes e associação com fatores demográficos, socioeconômicos e comportamentais [Internet]. Ciênc Saúde Coletiva. 2021 [cited 2025 Aug 7];26(6):2259–66. Available from: https://www.scielo.br/j/csc/a/JJ44yNWrLnvgVKknD3RPQkk/
4. Verywell Health. Self‑Esteem and How to Improve It [Internet]. 18 Oct 2021 [cited 2025 Aug 7]. Available from: https://www.verywellhealth.com/what-is-self-esteem-5205044


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